havia um homem que cultivava sentimentos,
uma certa vez ele cultivou muito “amor”,
tanto que decidiu vender no vilarejo vizinho.
Ao chegar a primeira pessoa ele diz:
_Oi, gostaria de adquirir um pouco desse belíssimo “amor”?
_Agora não, a dispensa de minha casa já está cheia de orgulho, não cabe.
Ao obter essa resposta, ele prosseguiu.
Mais em frente:
_Oi, gostaria de adquirir um pouco desse belíssimo “amor”?
_Olha, eu até queria, mas não tenho espaço sobrando pra guardar, desculpe.
Novamente o vendedor de sentimentos seguiu em frente, sempre obtendo as mesmas respostas; não tenho espaço; já estou ocupado com rancor, tristeza, ódio e outros sentimentos supérfluos.
Já quase pra desistir de vender seu excessivo amor, ele é parado por um andarilho muito pobre, que pergunta:
_Senhor, o que você tem ai nesse saco?
_Ah, é só um “amor” em excesso que eu tenho na minha horta, e estou querendo vender, mas até agora ninguém quis comprar, o senhor compraria? Vendo baratinho pra você.
_Olha, não tenho dinheiro, mas se o senhor quiser, tenho aqui um pouco de “sabedoria”, poderíamos trocar?
O vendedor já pra desistir de vender o “amor”, resolveu aceitar a oferta.
Eles trocaram a “sabedoria” pelo “amor”, após a troca o andarilho pobre foi embora sorrindo.
Quando o vendedor de sentimentos sentiu a “sabedoria” que tinha trocado pelo “amor”, percebeu o porquê de nunca ter conseguido vender o “amor”.
Em primeiro lugar, só os sábios percebem o valor que tem o amor, e em segundo lugar; amor nunca é demais e não pode ser vendido e sim doado.
(José Magalhães)