Já passa do meio dia quando a pequena Ana
Júlia chega da escolinha tão distante de sua casa. A menina morava na zona
rural, a mais de 30 km da escola. A pequena, mal chega em casa vai direto ao
encontro do pai com seu caderno na mão. Antes que pudesse falar, seu pai saiu
dizendo que tinha de trabalhar na roça. Deu-lhe um beijinho e seguiu adiante. A menina abaixou a cabeça frustrada. Correu
até sua irmã mais velha que estava ao celular, nem fazendo conta da pobre
menininha que, ansiava em mostrar seu caderninho. A pobre criança, nem chegou a
procurar sua mãe, pois a viu lavando roupa, e supôs que ela não teria tempo
para ver seu lindo caderninho cor de rosa. As horas passaram, Ana Júlia triste,
foi até o quintal. Sobre o vento ameno, onde deixava no ar o cheirinho de terra
molhada, ela se põe debaixo de uma laranjeira e começa a escrever em seu
caderninho. Ao notar a ação da filha, sua mãe corre até seu encontro e diz:
_Filha você está escrevendo?
_Sim mamãe.
A mãe ficou muito impressionada, pois a
filha ainda não tinha desenvolvido a habilidade de escrever. Admirada ela
pergunta:
_E o que você escreveu?
A pequena menina, mostra seu caderninho
cor de rosa. Onde dizia com letras garrafais e trêmulas:
“EU AMO MINHA FAMÍLIA”
José Magalhães